Milton Nascimento, 80 anos: Eis 80 músicas que atestam a grandeza e a originalidade da obra do compositor
♪ MILTON NASCIMENTO 80 ANOS – Fosse somente cantor, Milton Nascimento já estaria eternizado na galeria dos grandes intérpretes da música brasileira. Um dos maiores de todos os tempos pelo alcance e expressividade da voz que Elis Regina (1945 – 1982), cantora preferencial do artista, caracterizou como divina.
Contudo, Milton Nascimento é também compositor que faz jus à qualificação de gênio pela obra que vem construindo desde a primeira metade dos anos 1960 com arquitetura absolutamente original. A mistura de toada mineira, Beatles, música sacra, jazz e latinidade gerou cancioneiro sem precedentes na linha evolutiva da música do Brasil.
Para homenagear o compositor no dia do 80º aniversário de Milton Nascimento, 26 de outubro de 2022, o Blog do Mauro Ferreira lista 80 músicas compostas por Milton e gravadas na discografia oficial do artista. Por esse critério, o de constar na obra de Milton, há ausências de títulos importantes desse cancioneiro, como Cigarra (Milton Nascimento e Fernando Brant, 1978), música feita para Simone e gravada por Milton somente em disco da cantora, em 2005.
♪ Eis, em ordem cronológica, 80 músicas feitas por Milton Nascimento – sozinho ou com parceiros amigos como Fernando Brant (1946 – 2015), Marcio Borges, Ronaldo Bastos, Ruy Guerra, Chico Buarque e Caetano Veloso – que atestam a grandeza e a originalidade da obra do compositor de origem carioca e alma mineira:
1. Barulho de trem (Milton Nascimento, 1964) – O ponto de partida em estação de Minas Gerais, como integrante do Conjunto Holiday, em EP (compacto duplo) gravado em São Paulo.
2. Canção do sal (Milton Nascimento, 1965) – Primeiro registro da música que Elis Regina lançaria no ano seguinte, projetando o compositor. A gravação foi feita por Milton com o Aécio Flávio Sexteto para o álbum coletivo Música Brasileira em Expansão.
3. Travessia (Milton Nascimento e Fernando Brant, 1967) – A explosão nacional em palco de festival
4. Morro velho (Milton Nascimento, 1967) – Um recorte da desigualdade social do Brasil em obra-prima lançada em LP do festival de 1967 e regravada no primeiro álbum solo do cantor no mesmo ano.
5. Outubro (Milton Nascimento e Fernando Brant, 1967) – Um novo canto surgido do lamento.
6. Três pontas (Milton Nascimento e Ronaldo Bastos, 1967) – Título inaugural da parceria com o poeta e letrista fluminense Ronaldo Bastos.
7. Crença (Milton Nascimento e Marcio Borges, 1967) – Nasce a vida na parceria com Marcio Borges.
8. Maria minha fé (Milton Nascimento, 1967) – A primeira Maria da obra de Milton.
9. Vera Cruz (Milton Nascimento e Marcio Borges, 1968) – Pranto e dor em música apresentada em festival.
10. Sentinela (Milton Nascimento e Fernando Brant, 1968) – Título sagrado lançado em single um ano antes de abrir o terceiro álbum do cantor.
11. Tarde (Milton Nascimento e Marcio Borges, 1969) – Poesia nas sombras e na dor.
12. Beco do Mota (Milton Nascimento e Fernando Brant, 1969) – Retrato de um beco chamado Brasil.
13. Pai Grande (Milton Nascimento, 1969) – Lembranças paternas do guerreiro.
14. Aqui é o país do futebol (Milton Nascimento e Fernando Brant, 1970) – Recado político no samba gravado para filme sobre um craque dos gramados.
15. Clube da Esquina (Milton Nascimento, Marcio Borges e Lô Borges, 1970) – Retrato da noite que chega nas esquinas de Belo Horizonte e do Brasil.
16. Cravo e canela (Milton Nascimento e Ronaldo Bastos, 1971) – Tempero forte na música lançada por Milton em single com Lô Borges, Beto Guedes e o grupo Som Imaginário.
17. Nada será como antes (Milton Nascimento e Ronaldo Bastos, 1971) – Com o pé na estrada em gravação do mesmo single coletivo de 1971.
18. Cais (Milton Nascimento e Ronaldo Bastos, 1972) – No porto da poesia em canção emblemática do álbum gregário Clube da Esquina.
19. San Vicente (Milton Nascimento e Fernando Brant, 1972) – Minas desemboca na América Latina com sabor de vidro e corte.
20. Clube da Esquina 2 (Milton Nascimento, Marcio Borges e Lô Borges, 1972) – Manifesto dos sonhos que não envelhecem.
21. Um gosto de sol (Milton Nascimento e Ronaldo Bastos, 1972) – Lembranças de risos e sonhos.
22. Lília (Milton Nascimento, 1972) – Porque o amor de mãe prescinde de palavras.
23. Milagre dos peixes (Milton Nascimento e Fernando Brant, 1973) – Recado para quem queria ocultar o nascimento do sol.
24. Cadê? (Milton Nascimento e Ruy Guerra, 1973) – Alerta sobre a noite escura da floresta.
25. Fé cega, faca amolada (Milton Nascimento e Fernando Brant, 1974) – Canção com o brilho cego da paixão.
26. Conversando no bar (Saudade dos aviões da Panair) (Milton Nascimento e Fernando Brant, 1974) – Lembranças de tempos em que o ar era mais puro.
27. Ponta de areia (Milton Nascimento e Fernando Brant, 1974) – O velho maquinista com seu boné lembra que a Maria Fumaça não canta mais.
28. Bodas (Milton Nascimento e Ruy Guerra, 1974) – Um recado para a corte.
29. Paula e Bebeto (Milton Nascimento e Caetano Veloso, 1975) – Porque qualquer maneira de amor valerá.
30. Menino (Milton Nascimento e Ronaldo Bastos, 1976) – Um grito na multidão.
31. Maria Maria (Milton Nascimento e Fernando Brant, 1976) – Um hino de exaltação às mulheres que têm fé na vida.
32. Circo Marimbondo (Milton Nascimento e Ronaldo Bastos, 1976) – No picadeiro com Clementina de Jesus (1901 – 1987).
33. Raça (Milton Nascimento e Fernando Brant, 1976) – Ode à força e à magia do povo preto.
34. A lua girou (Tema de domínio público em adaptação de Milton Nascimento, 1976) – Um compasso traçado no céu.
35. O cio da terra (Milton Nascimento e Chico Buarque, 1977) – Afago na terra na primeira fecunda parceria com Chico Buarque.
36. Primeiro de maio (Milton Nascimento e Chico Buarque, 1977) – O amor no Dia do Trabalho.
37. Caxangá (Milton Nascimento e Fernando Brant, 1977) – Na luta da vida.
38. Credo (Milton Nascimento e Fernando Brant, 1978) – Fé no povo e na esperança.
39. O que foi feito deverá (Milton Nascimento e Fernando Brant, 1978) – Outros outubros virão.
40. O que foi feito de Vera (Milton Nascimento e Marcio Borges, 1978) – A vida na palma da paixão.
41. Canção amiga (Milton Nascimento e Carlos Drummond de Andrade, 1978) – Uma canção para acordar os Homens.
42. Canção da América (Milton Nascimento e Fernando Brant, 1979) – Porque amigo é coisa para se guardar do lado esquerdo do peito.
43. Povo da raça Brasil (Milton Nascimento e Fernando Brant, 1979) – Fé na vida e pé na terra para carregar a cruz nacional.
44. Bicho homem (Milton Nascimento e Fernando Brant, 1980) – O canto é um farol que acende a paixão.
45. Roupa Nova (Milton Nascimento e Fernando Brant, 1980) – Música que batizou o grupo carioca.
46. Bola de meia, bola de gude (Milton Nascimento e Fernando Brant, 1980) – O menino salta do coração.
47. Nos bailes da vida (Milton Nascimento e Fernando Brant, 1981) – O hino de quem vai aonde o povo está.
48. Coração civil (Milton Nascimento e Fernando Brant, 1981) – Teimosia do coração que bate com a esperança de ver realizado sonho nacional.
49. Sonho de moço (Milton Nascimento e Francis Hime, 1981) – Primeira parceria com Francis Hime.
50. Encontros e despedidas (Milton Nascimento e Fernando Brant, 1981) – Na estação da vida.
51. Vevecos, panelas e canelas (Milton Nascimento e Fernando Brant, 1981) – Canção alegre de bem com a vida.
52. Ânima (Milton Nascimento e Zé Renato, 1982) – A alma do compositor.
53. Fruta boa (Milton Nascimento e Fernando Brant, 1982) – O sabor do amor maduro.
54. Solar (Milton Nascimento e Fernando Brant, 1982) – Canção lançada com o brilho da voz de Gal Costa.
55. As várias pontas de uma estrela (Milton Nascimento e Fernando Brant, 1982) – Um menino brasileiro atravessa o imenso véu.
56. Certas canções (Milton Nascimento e Tunai, 1982) – Canções que chegam como o amor.
57. Essa voz (Milton Nascimento e Fernando Brant, 1982) – Réquiem para Elis, essa mulher.
58. Coração de estudante (Milton Nascimento e Wagner Tiso, 1983) – Bate outra vez a esperança juvenil de um Brasil mais justo.
59. Menestrel das Alagoas (Milton Nascimento e Fernando Brant, 1983) – Homenagem a Teotônio Vilela (1917 – 1983).
60. Pra eu parar de me doer (Milton Nascimento e Fernando Brant, 1984) – Canção para ser feliz.
61. Portal da cor (Milton Nascimento e Ricardo Silveira, 1985) – Entrada para o jazz na obra de Milton.
62. Quem perguntou por mim (Milton Nascimento e Fernando Brant, 1985) – Ligação entre amigos.
63. Noites do sertão (Milton Nascimento e Tavinho Moura, 1985) – Perigo na paisagem rural.
64. Canções e momentos (Milton Nascimento e Fernando Brant, 1986) – A magia da música que une palco e plateia.
65. A barca dos amantes (Milton Nascimento e Sergio Godinho, 1986) – Parceria de além-mar nas águas que ligam Brasil e Portugal.
66. Feito nós (Milton Nascimento e Paulo Ricardo, 1987) – Milton com o RPM.
67. Me faz bem (Milton Nascimento e Fernando Brant, 1987) – Sensualidade em canção lançada por Gal e gravada por Milton em 2010.
68. River Phoenix (Carta a um jovem ator) (Milton Nascimento, 1988) – A paixão nascida na tela do cinema.
69. A terceira margem do rio (Milton Nascimento e Caetano Veloso, 1990) – Nas águas da prosa poética de Guimarães Rosa (1908 – 1967).
70. Coisas da vida (Milton Nascimento e Fernando Brant, 1990) – No lindo lago do amor.
71. Sofro calado (Milton Nascimento e Régis Faria, 1993) – O amor comprimido em cinco versos.
72. Coisas de Minas (Milton Nascimento e Wilson Lopes, 1993) – Ressoam os tambores e os sons das Geraes.
73. O rouxinol (Milton Nascimento, 1997) – O canto que trouxe Milton de volta à vida e à música.
74. Levantados do chão (Milton Nascimento e Chico Buarque, 1997) – Reergue-se a parceria entre dois gigantes da MPB.
75. Dinamarca (Milton Nascimento e Gilberto Gil, 2000) – Destaque do álbum de Milton com Gil.
76. A feminina voz do cantor (Milton Nascimento e Fernando Brant, 2002) – O canto gerado pela mulher.
77. Tristesse (Milton Nascimento e Telo Borges, 2002) – Dueto com Maria Rita, filha de Elis.
78. Pietá (Milton Nascimento e Chico Amaral, 2002) – Canção fraterna em parceria com letrista do Skank.
79. E a gente sonhando (Milton Nascimento, 2010) – Canção-título do último álbum de músicas inéditas.
80. O ateneu (Milton Nascimento e Fernando Brant, 2010) – A paixão que mata a dor e liberta.
Fonte: https://g1.globo.com/pop-arte/musica/blog/mauro-ferreira/post/2022/10/26/milton-nascimento-80-anos-eis-80-musicas-que-atestam-a-grandeza-e-a-originalidade-da-obra-do-compositor.ghtml