Ibovespa opera em queda, avaliando dados de inflação dos EUA e prévia do Brasil

Na véspera, o principal índice do mercado de ações brasileiro subiu 0,41%, a 107.592 pontos.

Ibovespa opera em queda, avaliando dados de inflação dos EUA e prévia do Brasil

Ibovespa, principal índice da bolsa de valores de São Paulo, a B3, opera em queda nesta sexta-feira (24), com agentes do mercado de olho nos dados de inflação de consumo americana e prévia da inflação no Brasil.

Às 11h, o índice caía 0,35%, aos 107.215 pontos. Veja mais cotações.

Na quinta-feira, o índice teve alta de 0,41%, aos 107.592 pontos. Com o resultado, o Ibovespa passou a acumular perdas de 5,15% no mês e de 1,95% no ano.

 

 

 

O que está mexendo com os mercados?

 

No exterior, atenções estão com a divulgação do Índice de Preços para Gastos de Consumo Pessoal (PCE) dos Estados Unidos. Também serão avaliados dados de confiança do consumidor e vendas de novas casas. São números importantes para decisões tomadas pelo Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA) sobre o patamar de juros no país.

"Será fundamental avaliar se o consumo está desacelerando em resposta às taxas de juros mais altas. Nos últimos dias, os juros dos títulos do Tesouro dos EUA subiram e os preços das ações caíram com a percepção de que a inflação não está caindo rápido o suficiente, o que levaria o Fed a manter os juros altos por mais tempo", diz relatório da XP.

Juros mais altos nos Estados Unidos elevam a rentabilidade dos títulos públicos do país, que são considerados os mais seguros do mundo. Isso prejudica os ativos de risco, como o mercado de ações. Mas dados recentes da economia americana mostram resultados fortes, que poderia fazer o Fed rever o ritmo de alta.

No Brasil, destaque para a divulgação do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15), conhecido como prévia da inflação. O indicador ficou em 0,76% em fevereiro, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

 

De acordo com o IBGE, dentre os nove grupos de produtos e serviços pesquisados para composição do indicador, oito tiveram alta na comparação com janeiro. A exceção ficou por conta do grupo de vestuário, único a apresentar deflação no mês.

O maior impacto sobre a prévia da inflação, no entanto, partiu do grupo de educação, que teve alta de 6,41% em relação a janeiro, respondendo por 0,36 ponto percentual (p.p) do índice de fevereiro.

Também nesta sexta, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) deve se encontrar com Jean Paul Prates, presidente da Petrobras, para avaliar alternativas à desoneração de combustíveis, que termina em 1º de março. O objetivo, segundo assessores do presidente disseram ao blog da Andréia Sadi, é saber se a companhia tem como absorver parte do impacto do fim da desoneração.

Editada no governo de Jair Bolsonaro (PL), a desoneração foi prorrogada por Lula (PT) no início do governo, por meio de uma medida provisória com validade até o fim de fevereiro. Caso decida não prorrogar a desoneração — e se nenhuma medida for tomada em substituição a ela —, o litro da gasolina deve subir R$ 0,69 e o do álcool, R$ 0,24, segundo a Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis (Abicom).

 

O custo da desoneração para os cofres da União faz com que o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, se oponha à prorrogação da medida — na pasta, a aposta é que isso não vai acontecer.

Por fim, os investimentos estrangeiros diretos na economia brasileira totalizaram US$ 6,9 bilhões em janeiro deste ano, informou o Banco Central. Houve aumento na comparação com mesmo mês do ano passado, quando os investimentos totalizaram US$ 5,1 bilhões. Esse também foi o maior patamar, para meses de janeiro, desde 2018 (US$ 8,3 bilhões), ou seja, em cinco anos.

 

Fonte: https://g1.globo.com/economia/noticia/2023/02/24/ibovespa.ghtml